Presença da escritora
Maria Teresa Maia Gonzalez por Videoconferência – 12 de Março - 2013-
Inserida na Semana da
Leitura – edição 2013 - vários alunos do 8º ano desta escola pesquisaram, leram
obras e prepararam questões, tendo em vista a participação na videoconferência
com a escritora Maria Teresa Maia Gonzalez.
A videoconferência
decorreu com grande agrado e apreço dos alunos, na medida em que a escritora,
para além de responder às questões dos alunos, demonstrou, ao longo da mesma,
uma enorme capacidade comunicativa com os alunos, elucidando-os sobre as suas
escolhas, percursos, forma de estar na vida e a sua postura perante a criação
literária.
A forma como a
escritora respondeu às questões colocadas pelos alunos criou um ambiente único,
onde todos refletiram “forçosamente” sobre as ideias veiculadas, que apesar de
simples, podem, sem dúvida, mudar a nossa perspetiva de encarar o mundo, assim
como servir de lição de vida para qualquer percurso ou escolhas que
provavelmente teremos de fazer ao longo da mesma.
Algumas das frases
mais significativas, mas sábias da autora, ficarão na nossa memória:
·
“A preguiça é um monstro com a
característica de ser simpática e cativante e esse monstro faz com que as
pessoas não façam a sua parte. A mim ataca-me quase todos os dias…”;
·
“
A Força de Vontade move montanhas, move o mundo. Toda a gente tem a capacidade
para fazer coisas; falta-lhes a força de vontade…”;
·
“Coloco-me na pele da personagem para
a compreender melhor. Como ela sente e vê o mundo…”;
·
“Entre mim e o outro, as distâncias
são pequenas, mesmo que seja o criminoso ou o herói…”;
·
“Não devemos criticar nem julgar,
porque não fui aquela personagem”;
·
O mais importante são as coisas que
nos acontecem; não devemos perguntar o porquê … para quê? Especialmente por
coisas difíceis”;
·
O que me levou a escolher as línguas
foi para comunicar. O que gostava mais era as ciências e a matemática.
·
“O livro é de quem o lê. Os livros que
eu escrevo não são meus, são de quem os lê!”;
·
“Falar do amor é preciso falar do desamor,
incluindo emoções como a raiva e de ser generoso, o que se dá ao outro…”
·
É indispensável cada um fazer a sua
parte. O que fazemos é a gota de água. Se eu fizer um pouco, eu faço o que
devo. Deus faz os impossíveis, nós temos de fazer as nossas possibilidades”;
·
“Existem dois superpoderes: o primeiro
é o amor e o segundo é a vontade. São poderes reais que todos temos sem
exceção… Somos produtores em série de desculpas baratas. Tanta gente que tem
capacidades, mas não tem vontades… ”
As
frases aqui reproduzidas ilustram bem o modo como decorreu esta
videoconferência, feita de ação e emoção, mas também de virtude e eloquência,
tal como tivemos ocasião de presenciar.
Deixamos
agora reproduzidas algumas opiniões, tal como testemunhadas pelos alunos envolvidos:
“No
passado dia 12 de março de 2013 a escritora Maria Teresa Maia Gonzalez entrou
em contato com os alunos através de uma videoconferência. Os alunos tinham
preparado perguntas às quais a escritora iria responder.
A
escritora mostrou-se compreensiva e acessível, com um vocabulário simples e
conciso. Explicou porque decidiu escrever livros, dizendo o seu processo e a
maneira como encara os leitores e as suas obras, dizendo: “Depois de escritos
os livros já não são meus, são de quem os leem.”
A
escritora partilhou lições e experiências com os alunos e no fim instruindo os
alunos como encarar a vida. Demostrou uma vertente religiosa fixa na sua
filosofia de vida. A escritora foi simpática e aberta às perguntas, ensinando e
partilhando valiosas lições.”
Francisco, 8º C
“A videoconferência
foi fantástica. Não posso dizer que foi a minha favorita de todas, pois é a
primeira vez que vi uma, mas, mesmo assim, tenho quase a certeza, que melhor, é
praticamente impossível.
Em cada resposta, a escritora,
além de demonstrar muito de si, transmitia-nos uma mensagem, e cada mensagem
era profunda e tocante. Era quase impossível não ficar estupefacto a olhar,
mergulhando ao mesmo tempo os nossos pensamentos nas suas falas. Confesso que
me arrepiei (no bom sentido, é claro) em cada frase que a escritora dizia.
Maria Teresa Gonzalez demonstrou-nos um coração bondoso e humilde, conjugando
com a sua expressão e olhar.
A escritora falava
com naturalidade, com uma linguagem cuidada e sábia. A sua linguagem é tão
excelente como a sua escrita. Foi, de facto, espantoso para todos os presentes
na videoconferência ouvir Maria Tereza Gonzalez.
Durante a
videoconferência, notava-se que a escritora estava interessada nas nossas
perguntas, não deixando nada por escapar nas suas respostas. O melhor de tudo
foi que a autora sentia tudo o que dizia e queria que nós o sentíssemos também
(e, na verdade, sentimos).
Das partes que mais
gostei foi ela ter dito que era bom viver com saudades e que nós podíamos viver
com saudades, pois assim sabemos que, se sentimos saudades de alguém, então era
porque gostávamos dessa pessoa, e isso é bom. A frase mais tocante dela foi
quando, na altura em que revelou que teve de escolher entre duas das coisas que
mais gostava: a escrita e o ensino, disse: “Nós crescemos imenso quando
escolhemos entre duas coisas das quais gostamos.” Esta frase é um facto e
traz-nos ao pensamento certas recordações marcantes, seja de qualquer escolha
insignificante. Nós crescemos com todas as escolhas que fazemos, mas
principalmente quando temos de escolher entre duas coisas que mais gostamos.
Para concluir, diria
que foi um prazer ter estado presente nesta videoconferência, com esta grande
escritora e pessoa. Foi pena, de facto, a autora não ter podido vir pessoalmente,
mas mesmo assim foi um excelente momento, que provou que nós estamos sempre a
aprender, pois eu aprendi imenso sobre a sua vida e a escrita. Espero que a
escritora tenha gostado das perguntas e apreciado este tempo precioso para nós
e que, se alguma vez puder, seria ótimo vir pessoalmente à escola, mostrar,
mais uma vez, quem é Maria Teresa Gonzalez.”
Joana Polido, 8ºC
“Sem dúvida que foi uma importante experiência!
Nunca tinha tido a oportunidade de falar com uma escritora, muito menos com a escritora
do meu livro preferido A Lua de Joana. A
obra é uma história triste e linda ao mesmo tempo de que também falámos na vídeo-conferência.
Maria Teresa Maia Gonzalez arrepiou-me com as suas
palavras doces e acolhedoras e tenho a agradecer-lhe esta agradável
experiência.”
Apresentamos
seguidamente o indispensável registo fotográfico do evento: